terça-feira, 30 de novembro de 2010

Meta

Já escrevi para entender outras pessoas.
Já escrevi para extravasar toda minha alegria.
Hoje escrevo para me entender.

À espera da palavra perfeita, eu ouço meu inconsciente.
Até poderia dizer que o que escrevo é mais verdadeiro que minhas palavras ditas.

Eu falo para impressionar.
Eu falo para agradar.
Eu falar para (des)valorizar.
Eu falo para questionar.
Aqui eu escrevo para me abrir.
Este lápis atua como um punhal no meu peito.
Daqui só saem as palavras mais puras da minha alma.

Oh, querido leitor, se, por algum motivo, eu jogar meus textos no mar, dentro de uma garrafa e você achar e vier a se apaixonar, você ama meu eu essencial.
Poderia dizer que você é o que me ama de verdade.

Não, não corra.
Não se desespere.
Pode ser que neste momento eu esteja compartilhando meu destino com alguém que goste do meu eu exterior.
Digo eu, não uma personalidade criada, porque meu eu exterior é tão essencial que eu não vivo sem ele.



Um recado para o amante do meu eu essencial: Sempre vou esperar por você, por mais que eu tente desistir.



* o lápis é porque este texto está escrito no meu caderno do Pikachu.

E a minha necessidade de me sentir sempre recompensado?

Às vezes até acho que me apaixono por mim mesmo.
Não por mim, mas pelo meu reflexo em outras pessoas.
Ou seria pelas semelhanças a mim em outro.


Eu devo mesmo ser muito egoísta...
por isso vou deixar este texto para depois e cuidar da minha vida.

O que é o paraíso? O que é a felicidade?

Tolice seria acreditar que isso significaria a ausência de conflitos.
Ora, se algum Ser Divino vier me contar que o paraíso só tem o que há de bom, eu fugiria.

Seria no mínimo entediante.

Isso não pode ser uma simples vontade de sofrer, digno de penitências religiosas, mas ultrapassa.
Os problemas nos levam ao nosso ser mais cru. O nosso primitivo aflora.
É o caso de se atirar na frente de alguém em perigo,
é rasgar a roupa e pedir esmola,
é fazer pose de inocente quando você apronta algo de errado.
Enfim, é corres riscos.
Sem barreiras, sem saltos-altos, sem moral pre-formada há 20/40/60 anos.
Você face ao seu desafio.


É quando você fecha o olho,
abre a mente
e percebe que o seu maior desafio é enfrentar você mesmo.



E quem há de duvidar pode me enfrentar.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Egoísmo

O complexo eu decifro sozinho.
Quando termina olho para trás e penso
Fui eu que fiz e consegui.
Já o que vem de graça na vida
é tão grandioso
que eu preciso de alguém para dividir.



Pôr do sol no mar,
chuva na janela,
desabrochar de flores,
brisa no calor,
tardes de tédio,
romances no cinema,
eu não sei o que fazer com isso tudo sozinho.
Por isso escrevo.

quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Conversa Com 2009

Ei, 2009, vamos conversar.

Este ano quando estava para começar eu logo senti que não era o meu ano.

Enfim, como bom otimista que sou deixei este mau presságio para trás e tratei de curtir o ano que estava a começar, mas confesso que não deu. Não digo que por falta de vontade minha, embora às vezes pareça.

A questão é numerológica, matemática, astrológica e energética. Sou taurino, daqueles fincados na terra com a cabeça na lua confesso, gosto de novidades nasci no ano de 1990, dia 10, do mês 5. 5, 10, 1990, todos são arredondados, tudo é bem perfeitinho e quando ocorrem esses anos incertos, por exemplo, 2009 que não possui nada de especial, é apenas mais um ano, é quase a próxima década e só.

Meu ano de 2008 foi bom. Fui quem eu quis ser, tive quem me acompanhasse e viesse junto a mim, pessoas se aproximaram e, principalmente, achei o que eu procurava, principalmente onde antes eu não metia o nariz. Agora este ano eu repeti várias fórmulas que no ano passado foram novidade e deram certo, mas isso não rendeu bons frutos. Listo aqui alguns exemplos: minha viagem de férias de novo ao litoral de São Paulo não foi tão minimamente legal como no ano passado, meu carnaval em Conceição da Barra também não foi mais surpreendente, nos assuntos acadêmicos repetimos a fórmula do CA, mas se desgastou, não aprendi tanto como nos outros anos, perdi meu posto de queridinho de professores, fui novamente ao Encontro de Estudantes e nem se compara como este foi pior. Além disso, vi mais amigos se rompendo, vi pessoas sendo o que eu queria ser, dormi grande parte do ano em uma toca fechada. Meus sentimentos não gritaram verdadeiramente, mesmo que eu tenha sentido e alguns casos possam durar pouco e tornarem-se memoráveis. Por fim, espiritualmente eu estive no purgatório e seguindo o raciocínio da minha descrição é melhor eu estar convicto no inferno e procurar um jeito de sair de lá por si só do que esperançoso em um lugar incerto ao esperar uma decisão.

Ou seja, minha estrela não brilhou, sempre faltava algo, ainda que eu alegasse que estava bom em vários momentos agora eu percebi que muitos processos na minha vida ficaram no quase e, como eu puxo certas energias do ano, essa quase próxima década causou em mim um quase constante.

Agora que já escrevi minha carta de despedida a este novo velho ano, posso deixá-lo ir livremente. Algo eu sempre levo até porque não foi à toa que eu tive a lucidez e maturidade para escrever isto, eu aprendi muito sobre mim, conheci um Alan um tanto desconhecido, que até seja por isso que eu não soube me comportar em algumas situações, mas agora eu sei.

2010, 5, 10, 20, 1990 novidades virão, mas sempre com o aconchego do que eu sou/tenho garantido para usar agora. Já liguei o carro, aperte bem os cintos e os olhos porque a adrenalina é nossa amiga, vendemos energia e emitimos luz própria.

terça-feira, 20 de outubro de 2009

No pulso esquerdo

Hoje resolvi atrasar meu relógio
para melhor ver o tempo passar.
Que tolice!
Então, atirei meu relógio fora
e aproveitei melhor o tempo
sem ponteiros nem desperta
dores.

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Estribilho

Com você minhas canções soaram tão afinadas
que eu não percebi que você não escutava.
Talvez se elas estivessem fora de tom
você me daria mais atenção.